Primeiros moradores: foreiros da antiga fazenda construída no Jardim Catarina
Antigo trabalhador da fazenda Boa Vista do Laranjal e um dos primeiros moradores do Jardim Catarina, Zé Vitor exerceu na venda dos lotes uma oportunidade de gerar renda
Em 1953, quando começaram as vendas dos lotes no Jardim Catarina, não houve qualquer providência em relação aos chamados foreiros (funcionários) que moravam e viviam daquelas terras. Assim, eles viram sua única fonte de renda acabar. Entre eles, José Vitor que mais tarde se tornou o primeiro corretor do Jardim Catarina.
Os primeiros moradores do Jardim Catarina foram os próprios foreiros que receberam indenizações dos novos proprietários, alguns foram embora, outros garantiram a moradia no território. Para atrair mais moradia, a empresa Jardim Catarina S.A promoveu prêmios para quem construísse as primeiras casas. José Vitor fez a dele na Avenida Santa Catarina, localizado na rua 7, onde ficava o conhecido Bar do Mancuso e ganhou uma geladeira. Em pouco tempo, ele vendeu e comprou um lote na entrada do Jardim Catarina que ao longo dos anos foram vários comércios como bar, mercado, entre outros. Os netos e herdeiros de Zé Vitor vivem até hoje nos imóveis adquiridos pela família.
Lugar para morar, mas sem lugar para plantar
Devido a decadência da produção de laranjas, esvaziamento do campo por conta da chegada do progresso e industrialização, alguns foreiros moradores da antiga fazenda Boa Vista do Laranjal, tiveram que reinventar suas ocupações de trabalho. A produção e vendas de laranjas já não era algo tão promissor financeiramente, até porque as vastas plantações deram lugar aos lotes que progressivamente eram construídos e ocupados. Daí a necessidade de alguns antigos foreiros, que viram na venda de lotes autorizadas pelos empresários que lotearam a fazenda, uma forma de trabalho e rendimento, o que deu ao Zé Vitor uma grande popularidade no recém loteamento.
Ou seja, não tinha mais as laranjas para vender, mas tinham os lotes. A primeira barraca de venda de lotes de Zé Vitor ficava situada na entrada do loteamento, um pequeno cômodo de madeira com apenas uma abertura e um balcão, coberta por uma telha de amianto (ou brasilit como é conhecida). Ali as pessoas que adquiriram um lote, junto com Zé Vitor, localizavam os mesmos nas plantas e em seguida, iam andando pelas ruas em busca de seus lotes comprados.
Devido ao tamanho do loteamento e grande quantidade de lotes, quem foi por conta própria procurar seus terrenos, acabaram construindo casas em locais errados, fora os que não encontraram seus lotes. Zé Vitor, levou o resto de sua vida vendendo lotes no Jardim Catarina.
Com o tempo, surgiram algumas imobiliárias em salas comerciais construídas na avenida Santa Catarina entre as ruas 1 e rua 10, local onde se concentrava o centro comercial do loteamento nas décadas iniciais de seu surgimento.





