CCJC: Se você ainda não conhece, deveria conhecer
Centro Comunitário do Jardim Catarina atua há mais de 20 anos por melhorias no território .

Se o Centro Comunitário do Jardim Catarina (CCJC) fosse uma pessoa, ele seria uma mulher negra de 26 anos, com senso de coletividade, carregada de ancestralidade e nascida e criada no território. Isso porque o CCJC existe legalmente no Jardim Catarina desde 1998 e em sua trajetória sempre teve participação e liderança de mulheres negras, o que foi essencial para a consolidação desse espaço ao longo dos anos. Antes do lugar físico que existe hoje, o CCJC surge a partir de uma reunião do clube de mães dentro de uma igreja católica junto com a associação de moradores.
Para quem ainda não conhece, o Centro Comunitário fica localizado na Rua 21 (Rua Raposo Botelho s/n), entre a Avenida Albino Imparato e Avenida Santa Catarina, próximo ao Jeitinho de Nadar. Com uma trajetória coletiva e sustentada por voluntárias, o CCJC sempre buscou oferecer cursos alinhados às demandas de cada época. O tempo passou, e o CCJC que não recebe nenhum apoio governamental, resistiu, continuou fincando suas raízes e se fortaleceu, assim como as ações voltadas para o território.

A Presidente do Centro, Rosilene Rodrigues, de 62 anos, conta que o maior desafio de presidir o espaço é não ter recursos para pagar as mulheres que estão na linha de frente de todas as ações. Grupo formado por ela, Márcia e Mayara Aquino, Vanessa Alves, Sirlei dos Santos e Leila Cristina. São elas que estão na linha de frente junto com Rose nos eventos como o Dia da Consciência Negra, Feijoada de São Jorge, Dia das Crianças e nas atividades cotidianas que fazem o CCJC ser esse espaço de referência na região. “A questão racial me mobiliza muito para estar aqui. Não é só eu saber o que representa para minha vida essa questão de você lutar contra o racismo e vários tipos de discriminação, mas essas pessoas [as colaboradoras e moradores] conscientemente saberem que esse espaço aqui é um espaço transformador dessas lutas, principalmente contra o racismo”, conta Rose.
O que o CCJC oferece hoje?
Recentemente o CCJC formou mais de 40 profissionais de extensão de cílios, design de sobrancelha, trancista e cuidador de idosos. Neste mês, o espaço vai entregar os certificados em uma cerimônia a ser realizada no próprio Centro Comunitário. Além disso, já foram entregues os certificados para outras alunas que se formaram no curso de auxiliar de creche.“Eu trabalhei seis anos como auxiliar de creche, mas o conhecimento que o curso do CCJC me trouxe foi essencial para ampliar meu olhar para a profissão. Acho muito legal o trabalho que o espaço faz investindo na vida profissional dos próprios moradores, além de todo acolhimento que já oferece”, conta Symone Azevedo, uma das alunas do CCJC.
Novas vagas devem abrir em breve, por isso a dica é seguir o Instagram @ccjc_centro comunitário, ou comparecer no espaço para acompanhar novas informações. Além dos cursos profissionalizantes, entrega de cestas básicas e eventos, o Centro Comunitário oferece aulas de capoeira há cerca de 4 anos, conduzidas pelo Mestrando Leandro, de 44 anos. Com 30 anos de experiência na capoeira, Leandro, da Associação Cultural Grito Negro, em parceria com o CCJC, ministra aulas todas as terças e quintas para crianças e adultos. “O CCJC é funda-mental para o desenvolvimento social e cultural da região. É um espaço valioso para o bairro”, afirma o Mestrando, que brinca: “Aqui, começamos com crianças a partir dos 4 anos e não temos limite de idade — até 100 anos pode participar!”.A mensalidade para capoeira é um valor simbólico de R$ 20,00.
Como posso ajudar o CCJC?
Como já dito anteriormente, o CCJC é mantido por voluntários, por isso, toda ajuda é bem-vinda. Todo mundo sabe fazer alguma coisa, então chega mais morador. Você pode ajudar em reparos e manutenções do espaço, doar valores ou alimentos, contribuir na organização dos eventos, seja com ideias ou com outros trabalhos voluntários. Para doar valores, basta fazer um PIX para a chave: rodriguesrosilene758@gmail.com .