Avenida Dr. Albino Imparato, Rua Adelaide Lima e mais: quem foram essas pessoas?
Entre as curiosidades de moradores sobre a história do Jardim Catarina, a origem do nome das ruas sempre foi uma delas. Afinal, quem foram Adelaide Lima e o Dr. Albino Imparato?
Entre as curiosidades de moradores sobre a história do Jardim Catarina, a origem do nome das ruas sempre foi uma delas. Afinal, quem foi Adelaide Lima, nome da rua 1 do Jardim Catarina? E quem foi o Dr. Albino Imparato, uma das principais avenidas do território?
A entrada do loteamento, a primeira rua (apelidada de rua 1), teve seu nome batizado de Adelaide Lima por causa da esposa de Júlio Lima, proprietário da fazenda Boa Vista do Laranjal, que deu origem ao Jardim Catarina.
A Avenida Dr. Albino Imparato, uma das principais e que corta todo o bairro, leva o nome do delegado que veio ao Rio de Janeiro a pedido do presidente Getúlio Vargas, para colocar atrás das grades o controverso deputado Tenório Cavalcante de Duque de Caxias. Conhecido como "o homem da capa preta", Tenório Cavalcante era acusado de matar seus desafetos políticos, história que inclusive lhe rendeu um filme no cinema. O delegado Albino Imparato foi morto em uma emboscada, planejada por Tenório, em frente a sua casa em 1953.
Desde criança, sempre ouvi rumores e afirmações sobre uma determinada pessoa que dava nome a uma das ruas do Jardim Catarina. Após a conclusão do livro “E assim Surge… Jardim Catarina”, obra que resgata a identidade do bairro, decidi me dedicar a pesquisar e estudar quem eram de fato aquelas pessoas, as quais seus nomes foram usados para batizar as dezenas de ruas de um loteamento tão grande. Analisando e comparando os nomes a serem utilizados pelos empresários — donos da empresa que loteou a fazenda — podemos tirar algumas conclusões.
Algumas ruas foram batizadas com nomes de figuras históricas como: Benjamim Franklin (rua 45), inventor e diplomata que participou da Independência Norte Americana; Gonçalves Lêdo (rua 20), liberal que defendeu o movimento de independência do Brasil no século XIX (19); Imperador Floriano (rua 28), que assumiu o trono de Roma na Idade Antiga no lugar de seu irmão, o Imperador Tácito.
Muitos desses nomes foram políticos e militares que participaram em algum vulto histórico nacional como coadjuvantes, que é o caso do deputado Prado Lopes (rua 7), que foi um engenheiro que participou da política de progresso durante o império de D. Pedro II, projetando e construindo inúmeras linhas férreas que ligavam o interior do Brasil às zonas urbanas. Outro engenheiro, que se tornou Ministro da Agricultura, Bernardo Saião (rua 8), teve um papel fundamental entre as décadas de 1920 e 1950 na construção de pontes e estradas que ligavam a região oeste do país à região sudeste, o que posteriormente facilitou a criação de Brasília no estado de Goiás.
Podemos perceber que esses personagens históricos, como outros que tiveram seus nomes nas ruas do loteamento, são estrangeiros e também nacionais. Os sócios da empresa que criou o loteamento foram dois estrangeiros e dois brasileiros.
José de Castro Menezes e Jonas Uchôa — brasileiros, Sigfriend Groisman — americano, e Leão Strozenberg — alemão. Contudo, também temos ruas no Jardim Catarina que não são de pessoas ilustres na história, mas que, assim como a Rua Adelaide Lima, homenagem à esposa de Júlio, tenham sido escolhidas apenas para homenagear uma pessoa por motivos pessoais.
Portanto, conseguimos encontrar nos nomes das ruas do Jardim Catarina pessoas que foram vultos históricos, pessoas que tiveram papéis secundários em algum momento da história nacional, como também aqueles que foram simplesmente homenageados por motivos pessoais e amigáveis dos empresários.





